Seu Aquilino Pereira e Seu Claro Correa de Quadros são dois exemplos de profissionais que dedicaram sua vida ao campo e ao transporte
Um dia para celebrar a importância de duas classes: colonos e motoristas. Seu Aquilino Pereira, 78 anos de dedicação ao trabalho na roça e um imenso amor por cultivar a terra. Seu Claro Correa de Quadros, 95 anos e uma trajetória de quase 50 anos como motorista, transportando pessoas, histórias e deixando um legado de vida. É homenageando essas duas personalidades que a administração municipal de Santo Expedito do Sul parabeniza a todos os colonos e motoristas expedientes neste dia 25 de julho.
Para o prefeito Vantuir Dutra, é preciso evidenciar a importância dessas duas classes que movimentam a economia do município e que são exemplo de dedicação. “Desejamos coragem para enfrentar os desafios diários e que sigam fazendo com zelo o trabalho que traz desenvolvimento ao nosso município. Parabéns, colonos e motoristas”, destaca o prefeito.
Amor pela terra
As marcas do tempo revelam a dedicação de quem pega na enxada, que planta a terra e produz. Seu Aquilino Pereira tem 78 anos e conta que residiu até os 30 anos na comunidade do Divino e, quando se casou, acabou mudando para a capela São Paulo, onde mora atualmente. É nessa comunidade que Seu Aquilino desenvolve suas atividades no campo. “Sempre trabalhei na roça e não abandono por nada”, diz ele, que ressalta o orgulho de ser colono.
Com pouquíssimos fios de cabelo brancos, Seu Aquilino conta que o segredo para a vitalidade é a alegria e gratidão. “É preciso trabalhar com alegria”, pontua o colono que desde jovem se dedicou às atividades no campo e, embora tenha passado por dificuldades que a vida no campo impõe, destaca com alegria o aprendizado que adquiriu durante esses quase 80 anos de vida.
Uma paixão pela profissão
Quem não andou com o ônibus do Clarinho na cidade? Essa é uma pergunta que tem resposta unânime. Foram 47 anos fazendo a mesma linha de ônibus de Santo Expedito do Sul a São José do Ouro. Seu Claro Correa de Quadros é figura conhecida na cidade e região, dedicou-se à sua missão de vida: o transporte de pessoas. Com 95 anos, ele fez a linha com seu micro-ônibus até os 93 anos e, com uma lucidez que impressiona, lembra com carinho das tantas idas e vindas.
No começo, as estradas eram precárias e havia muito barro e atoleiros, com isso, era preciso ajuda de trator para poder seguir a viagem. As histórias são muitas: quem era do interior vinha a cavalo até a cidade e, enquanto os animais pastavam, os donos aproveitam o passeio no ônibus do Clarinho. Toda a viagem era motivo de festa e os passageiros colocavam o melhor traje gaúcho. Haviam aqueles que utilizavam o transporte somente para ir jogar sinuca em São José do Ouro e foi assim que a história de vida do Seu Clarinho ganhou muitos capítulos.
Há dois anos, com 93 anos de idade, o motorista entregou seu legado ao filho Antônio, que estava morando no estado de Alagoas, no agreste do Sertão. e voltou para Santo Expedito do Sul para algo especial. “Vim assumir a linha, a pedido dele”, conta o filho, que atendeu ao pedido do pai. “Vim para uma missão: dar seguimento a uma vida toda, uma só profissão”, conta Antônio, que segue fazendo a mesma linha que há quase 50 anos foi iniciada pelo pai.